A tosse é um problema bem comum. Inúmeras vezes por ano, especialmente no inverno, todo mundo tem algum problema dessa natureza. Entretanto, ela pode ter mais de um tipo. Consequentemente, também pode ter diferentes causas e tratamentos.
Vamos , então, entender melhor o assunto?
O que é Tosse?
Em resumo, a tosse é um reflexo de proteção do aparelho respiratório. Em geral, é consequência de um processo irritativo. Outras vezes, porém, é um processo benéfico. Afinal, impede a entrada de germes, secreção, alimentos ou corpos estranhos na via aérea. Em outros, no entanto, a tosse pode ser sinal de algum problema de saúde mais grave. Especialmente, aliás, quando a tosse for excessiva e vier acompanhada de secreção.
Tosse em bebês
Os bebês têm o sistema imunológico ainda imaturo. Portanto, a prevenção é uma medida muito importante. É importante, por exemplo, evitar locais fechados, aglomerados e com pessoas doentes. Além disso, a recomendação é válida principalmente nos meses de outono e inverno, época de maior circulação viral.
Ademais, é essencial utilizar álcool gel nas mãos e incentivar o aleitamento materno exclusivo. Ou seja, até os 6 meses e complementado até os 2 anos ou mais, bem como manter uma alimentação saudável.
Outra forma de prevenção, aliás, é a vacinação. Esta, por sua vez, deve ser feita tanto nos bebês e crianças, quanto em seus cuidadores.
Você conhece algumas das vacinas mais importantes que previnem doenças que causam tosse?
- Vacina para a coqueluche;
- Pneumocócica 13 Valente;
- Pneumocócica 23 Valente;
- Vacina da gripe.
Tipos de tosse
De forma geral, a tosse pode ser categorizada a partir de dois critérios. Um deles, por exemplo, é a duração. O outro, por sua vez, é a produção de muco.
Vamos, então, conhecer as diferentes categorias:
Tosse seca
A tosse seca é bastante incômoda e não faz barulho de secreção. Aliás, nem na garganta, nem nos pulmões. Além disso, quase sempre sofre alguma alteração no sistema respiratório, como:
- Rinite alérgica;
- Faringites agudas irritativas, virais, bacterianas ou fúngicas;
- Amigdalites virais ou bacterianas;
- Laringites irritativas, virais ou bacterianas;
- Traqueítes ou laringotraqueítes virais ou bacterianas;
- Crise de asma/bronquite aguda;
- Pneumonia viral ou bacteriana;
- Embolia pulmonar (grave e que pode levar à morte).
Tosse produtiva
Na tosse, é expelido o muco ou mais conhecido como catarro. Este, por sua vez, pode ser claro, espesso, branco, verde, amarelado ou, em alguns casos, acinzentado. O muco ou catarro é produzido por pequenas glândulas que ficam abaixo da mucosa. Em termos mais simples, uma camada que reveste internamente as vias aéreas.
Sua função é proteger as vias aéreas do ataque de vírus, bactérias e outros micro-organismos que podem infectar nosso corpo. Assim como a tosse seca, a tosse produtiva também pode ocorrer após o tratamento de algumas doenças. Afinal, o organismo ainda está eliminando os micro-organismos.
Tosse por tabaco
O tabagismo leva a uma tosse crônica, persistente e bastante incômoda. Geralmente, tem secreção associada cronicamente também. A secreção liberada na tosse do tabagista costuma ser escura, ou amarronzada.
O tabaco, inclusive, é um importante irritante das vias aéreas, tanto nasais como brônquicas. Além disso, pode estimular as glândulas a produzirem mais muco. Parar de fumar, portanto, faz com que essas tosses diminuam com o tempo.
Outras classificações
Há, ainda, outras classificações possíveis para tosse:
- Tosse aguda: geralmente começa de maneira repentina. Muitas vezes, se deve a um resfriado, gripe ou sinusite. Ela ocorre quando existe a presença do sintoma por um período de até três semanas.
- Tosse subaguda: ocorre por um período de três a oito semanas.
- Tosse crônica: aquela que dura mais de oito semanas.
Causas
Infecções recentes das vias aéreas superiores, como o resfriado comum ou a gripe, podem provocar tosse. Outras causas comuns são:
- Inibidores da ECA (medicamentos usados para controlar a pressão arterial);
- Rinossinusite alérgica (inflamação do nariz e dos seios nasais);
- Asma;
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema ou bronquite crônica);
- Tabagismo;
- Exposição à fumaça do cigarro;
- Doença do refluxo gastroesofágico;
- Doenças pulmonares, como bronquiectasia, doença pulmonar intersticial ou tumores;
- Infecções do pulmão, como pneumonia ou bronquite aguda;
- Sinusite levando a gotejamento pós-nasal;
- Tuberculose.
Fatores de risco
As maiores causas de tosse aguda são as infecções virais das vias aéreas superiores. Em especial, o resfriado comum e das vias aéreas inferiores.
Outras causas comuns são as sinusites agudas. E não somente elas, aliás. Também temos a exposição a alérgenos e irritantes. Outros exemplos são as exacerbações de doenças crônicas, como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e sinusites.
Além dessas entidades com baixo risco de complicações, outras doenças potencialmente graves são fatores de risco. Alguns exemplos são: pneumonias e edema pulmonar por insuficiência ventricular esquerda.
Temos, ainda, embolia pulmonar e exacerbações graves de asma e DPOC. Estes, por sua vez, podem se manifestar com tosse aguda. Ao contrário das causas anteriores, necessitam de intervenção precoce devido ao risco de complicações.
Sintomas de tosse
Às vezes, a tosse não vem sozinha. Em outras palavras, pode acontecer com outros sintomas. Quais são eles, então?
- Nariz escorrendo ou entupido;
- Sensação de líquido escorrendo pela parte de trás da garganta (gotejamento pós-nasal);
- Pigarro frequente e dor de garganta;
- Rouquidão;
- Chiado e falta de ar;
- Azia ou gosto amargo na boca;
- Em casos raros, tosse com sangue.
Quando buscar ajuda médica?
Já falamos sobre a tosse ser um problema comum. Por isso, muita gente não sabe avaliar quando buscar ajuda médica. De forma geral, é recomendado ir ao médico se a tosse durar por mais de 15 dias.
Além disso, a ajuda profissional também é importante quando há:
- Secreção pulmonar esverdeada ou sanguinolenta;
- Secreção nasal amarelada ou esverdeada;
- Sangramento;
- Queda do estado geral;
- Perda de peso;
- Dificuldade para respirar;
- Febre por mais de 72 horas.
Na consulta médica…
Ok, você percebeu que precisa ir ao médico. Agora, vem a dúvida: “qual especialista devo ir?”. Pois bem, aqui estão os profissionais que devem ser consultados:
- Clínica médica;
- Pneumologista;
- Pediatra;
- Cardiologista;
- Infectologista;
- Alergoimunologista;
- Otorrinolaringologista.
Não obstante, estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram;
- Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade;
- Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
Chegou o dia da consulta! Nela, o médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Você tosse sangue? Quanto? Com que frequência?
- Ela é seca ou vem acompanhada de muco ou catarro? É espesso e difícil de expelir?
- A tosse é severa? Atrapalha para se alimentar ou para dormir?
- Qual é o padrão da tosse? Ela começou de repente? Ela vem aumentando recentemente?
- A tosse piora durante a noite? Ou quando você acorda?
- Quanto tempo durou a tosse?
- Você tem ataques repentinos de tosse em que se engasga e há vômitos?
- Que outros sintomas você tem?
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Ou seja: tenha certeza de que tirou todas as suas dúvidas antes de a consulta acabar. Sobre a tosse, algumas perguntas básicas incluem:
- Quais são as possíveis causas para minha condição?
- Preciso realizar outros exames para o diagnóstico?
- Qual o tratamento indicado?
- Existem tratamentos caseiros para a minha condição?
- Tenho outras condições de saúde? Como podemos conciliar os tratamentos?
- Minha tosse tem cura?
- Existem formas de prevenir?
Além disso, não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta!
Diagnóstico de tosse
O diagnóstico da tosse é clínico. Ou seja, o especialista irá verificar seu histórico médico e fará um exame físico.
Do mesmo modo, muitos médicos optam por iniciar o tratamento para uma das causas mais comuns. Se o tratamento não funcionar, no entanto, você pode passar por testes de causas menos comuns.
Exames
Os principais exames para diagnosticar as causas do problema são:
- Raio-x do tórax;
- Broncoscopia;
- Nasofibrolaringoscopia;
- Endoscopia;
- Pesquisa viral e/ou cultura de secreção traqueal;
- Tomografia de tórax;
- Exames de sangue;
- Espirometria;
- Ecocardiograma.
Tratamento de tosse
O tratamento, é claro, vai depender da causa. De forma geral, algumas recomendações são comuns. O repouso, a hidratação, a inalação e lavagem nasal com soro fisiológico, por exemplo, são algumas delas.
Ela tem cura?
Na maioria dos casos, a tosse desaparece em algumas semanas. Entretanto, às vezes, ela pode persistir. Portanto, se você ficar doente por mais de duas semanas, fale com seu médico.
Complicações possíveis
Ter uma tosse persistente pode ser desgastante. Isso porque pode atrapalhar seu sono e causar uma variedade de outros problemas. Alguns deles são:
- Dor de cabeça;
- Tontura;
- Suor excessivo;
- Perda de controle da bexiga (incontinência urinária);
- Costelas fraturadas;
- Desmaio (síncope).
Prognóstico: como conviver com a tosse
Alguns medicamentos e xaropes para aliviar a tosse podem ser encontrados em farmácias. Muitos, aliás, nem sequer necessitam de prescrição médica. Entretanto, o ideal é que você procure um médico. Em síntese, é ele que vai saber qual a melhor opção para o seu caso. Dessa forma, você não vai perder tempo (nem dinheiro) apostando em medicamentos que talvez não sejam os ideais para o seu caso.
E lembre: tosse persistente ou associada à secreção é um sinal de alerta. Similarmente, falta de ar, febre e cansaço também indicam que você deve procurar auxílio médico.
Além disso, procure manter-se hidratado. Beber muita água é essencial para aliviar os sintomas.
Remédios caseiros
Uma vez que as recomendações médicas estejam sendo seguidas, é possível recorrer a remédios caseiros.
Veja os tratamentos caseiros indicados por nossos especialistas:
- Inalação e lavagem nasal com soro fisiológico
O soro fisiológico é uma solução salina. Em geral, é utilizado para várias finalidades. Desidratação, por exemplo, é uma delas.
No contexto da tosse, ele é utilizado para limpeza do nariz, ou para fazer nebulizações. Por essa razão, pode ser um aliado na hora de aliviar o problema.
- Chá de gengibre
O gengibre é uma raiz cheia de propriedades. Por isso, o chá de gengibre é frequentemente usado como remédio caseiro, inclusive para a tosse.
Esse alimento tem ação antibacteriana. Além disso, é um antiviral e anti-inflamatório natural. O consumo do chá, inclusive, ajuda a hidratar as cordas vocais, o que auxilia na melhora da tosse. (6)
- Mel
O mel também é um antigo remédio caseiro para a tosse e não é à toa. Afinal, ele é benéfico principalmente em casos de tosse mais seca. Ele consegue proteger as mucosas da garganta, bem como diminuir a irritação local. É recomendado, entretanto, dar mel apenas para crianças a partir de 2 anos.
Aliás, um estudo publicado na revista científica Pediatrics mostra isso. Feito com 300 crianças de 1 a 5 anos com tosse noturna, apontou que ele ajudava a reduzir a inflamação, bem como melhorar o sono.
Prevenção
Já dizia o ditado: melhor prevenir do que remediar. Com a tosse, inclusive, a lógica é a mesma.
Algumas medidas, portanto, podem prevenir o problema:
- Não fume;
- Tome a vacina contra a gripe (anualmente) e a vacina pneumocócica;
- Reduza sua exposição à poluição do ar e a agentes químicos. Afinal, eles podem causar irritação aos pulmões;
- Lave as mãos frequentemente. Dessa forma, se evitar a disseminação de vírus e de outras infecções.
Da próxima vez que tossir, já sabe…
…preste bastante atenção em suas características! Se necessário, não hesite em procurar um médico. Afinal, as causas e tratamentos podem variar.
Por muitas vezes, a tosse pode parecer inofensiva. Entretanto, é também perfeitamente possível que represente um problema mais grave. Na dúvida, melhor se prevenir e ficar atento à sua saúde!
Quer agendar uma consulta? Então, acesse nossa lista de especialistas aqui.