A saúde mental vem, felizmente, ganhando um destaque sem precedentes nos programas de televisão, nas séries, nos filmes, nos livros e nas redes sociais. Hoje, sabemos ao menos o mais básico dos transtornos que mais acometem as pessoas. Contudo, na prática, os sentimentos podem ser difíceis de serem definidos. Por consequência, e compreensivelmente, muitos são aqueles que não têm certeza sobre como diferenciar sinais de depressão, por exemplo, e momentos naturais de tristeza, que todos nós experimentamos hora ou outra.
Qual a diferença entre a tristeza e a depressão?
Primeiramente, é importante reforçar dois detalhes:
- A tristeza é um sentimento natural ao ser humano. Após um episódio triste, como uma decepção ou a perda de alguém, não há nada de errado em ficar triste por um tempo;
- A depressão é uma patologia que afeta o funcionamento do cérebro e jamais deve ser considerada como “frescura”.
Dito isso, é preciso lembrar, também, de que, às vezes, a linha que divide a tristeza da depressão pode ser tênue e difícil de identificar. Afinal, somos seres complexos e cada pessoa trará consigo histórias, sensações, lembranças e acontecimentos que lhe são únicos. Portanto, considere conversar com um profissional da saúde mental para te guiar por essa descoberta e cura.
O que caracteriza a tristeza
- A tristeza geralmente tem uma justificativa fácil de ser encontrada, como a morte de uma pessoa amada, uma decepção amorosa, um problema no trabalho etc.;
- Quando triste, a pessoa tem sensações específicas, também fáceis de ser delineadas, como desânimo, angústia e vontade de chorar;
- Esses sentimentos são temporários. Ou seja, com o passar do tempo, se tornam menos intensos e incômodos.
O que caracteriza a depressão
- Muitas vezes, na depressão, a pessoa não sabe exatamente as razões pelas quais está se sentindo triste.
- Os sintomas da depressão não são temporários, como na tristeza. Pelo contrário: eles podem perdurar por mais de 14 dias na vida de alguém;
- Além da sensação de tristeza, a depressão também é acompanhada de outros sintomas, que veremos a seguir.
Quais são os sintomas da depressão?
Conhecer os sintomas da depressão é uma boa forma de distinguir a patologia de uma tristeza comum. São eles:
- Alterações no sono (dormir demais ou dormir pouco);
- Alterações alimentares (comer demais ou comer pouco);
- Sensação de culpa constante;
- Sensação de vazio interno;
- Pensamentos suicidas;
- Perda de satisfação ao realizar tarefas que antes causavam prazer;
- Perda de energia;
- Fadiga;
- Problemas de concentração;
- Irritabilidade;
- Dificuldades para tomar decisões.
Outro aspecto a ser observado, como já mencionamos, é a duração destes sintomas. Se eles durarem por mais de duas semanas, é sinal de que algo realmente não vai bem.
Me identifiquei com os sintomas. O que fazer?
Estar aqui, em busca de informação, já é um passo incrível. Caso um ou mais sintomas de depressão tenha feito você se identificar com essa lista, é importante que você considere, no início, se abrir com pessoas próximas e com as quais se sinta confortável. Ter essa rede de apoio pode te ajudar a se sentir mais confiante para buscar tratamento. Na ausência dessas pessoas, considere, mesmo assim, conversar com um profissional de saúde mental.
Este profissional deverá estar aberto para te compreender, sem julgamentos. Além disso, vai estar apto a recomendar o melhor tratamento para o seu problema, além de te orientar durante todo esse processo. Ou seja: você não está sozinho.
Conheço alguém que apresenta os sintomas listados. Como lidar da melhor forma?
Quando alguém que amamos apresenta este sintoma, é comum que não saibamos exatamente o que fazer. Contudo, a sua reação, neste momento, pode estimular essa pessoa a buscar tratamento e se sentir melhor.
Por isso, nós aconselhamos o seguinte:
- Acolha a pessoa. Não tente negar o seu problema, ou apresentar “justificativas” pelas quais ela não deveria estar se sentindo mal;
- Respeite o seu tempo e não seja impaciente. Em outras palavras, se mostre sempre presente e não tente “forçar” a outra pessoa a buscar imediatamente por um profissional;
- Se abra ao diálogo. Preste atenção no que essa pessoa tem a dizer e não tente se colocar como referência no assunto, ou limitar o espaço de fala do outro;
- Não espere que a pessoa busque a sua ajuda. Se você notou os sintomas em alguém, já pode começar a se mostrar presente para esta pessoa, sem que ela peça por isso.
Se a pessoa de quem é próxima estiver apresentando tendências suicidas, é extremamente importante que você consulte um profissional para entender a melhor forma de agir nesse caso.
Saúde mental não é frescura
Mais uma vez, reforçamos que a saúde mental é tão importante quanto a saúde física. Para uma vida bem vivida, portanto, ambas devem ser levadas a sério. Assim como vamos ao médico quando sentimos uma dor física de origem desconhecida para nós, também devemos consultar um profissional quando identificamos sinais de depressão em nós, ou em quem amamos. Se você estiver passando por um momento difícil, saiba que a Casa Crescer está aberta para te ajudar. Quando precisar, o link de agendamento é este.