O Rim do meu bebê está dilatado no ultrassom (US) pré-natal. E agora?
Hidronefrose é o aumento do volume do rim. Pelo acúmulo de urina, acontece a dilatação do rim.
A hidronefrose pré-natal é quando o diagnóstico é feito durante a gestação. E, já pode ser detectada no primeiro trimestre da gravidez. Por esse motivo, é muito importante as consultas e exames de rotina, durante a gestação.
É a anormalidade pré-natal mais comum encontrada no ultrassom: 1-5% de todos dos bebês
Felizmente, a grande maioria dos casos é transitória. Normalmente, não está associada a alterações em outros órgãos. É importante falar aqui que o diagnóstico não muda a via de parto (cesárea ou normal), ou quando o bebê deve nascer (antecipar o parto).
A consulta Pré-Natal pediátrica, ou seja, ainda durante a gestação é ainda mais importante nesses casos. O acompanhamento próximo para alinhamento da equipe que vai prestar assistência ao bebê na gestação, parto e pós-parto é fundamental.
Realizado o diagnóstico, outras informações devem ser investigadas: os dois rins estão dilatados? Qual é gravidade da dilatação? O líquido amniótico (fluido do útero) está alterado? A bexiga do bebê também está dilatada?
Todas essas informações ajudarão a orientar mais exames e determinar sua gravidade.
A intervenção pré-natal quase nunca é necessária. Porém, em um número muito pequeno de fetos com hidronefrose grave ela pode ser discutida.
A intervenção pré-natal é a derivação vesico-amniótica: um pequeno tubo inserido comunicando a bexiga e cavidade amniótica permitindo que a urina seja eliminada
Isso alivia o bloqueio do fluxo de urina e aumenta o volume de líquido amniótico, que ajuda o desenvolvimento pulmonar fetal.
Quais são as causas da dilatação renal (hidronefrose) pré-natal?
- Dilatação fisiológica ou benigna
Causa mais comum de hidronefrose no feto. O Ultrassom pré-natal mostra uma dilatação renal mínima de menos de 5 mm. Resolve sem procedimentos ou intervenções.
- Bloqueio ureteral: pode ocorrer em 2 locais do trato urinário:
> Mais comum: é onde a pelve renal se junta ao ureter (o canal pelo qual a urina passa do rim para a bexiga). Chamado de obstrução da junção ureteropélvica (JUP), presente em 1/1.000 bebês.
> Obstrução também pode ocorrer quando o ureter se une à bexiga, conhecido como obstrução da junção ureterovesical (JUV) ou megaureter. A incidência dessa condição é de 1/2.500 bebês e mais de 90% desses casos melhoram sem cirurgia.
- Refluxo vesico-ureteral
Ocorre quando a conexão entre o ureter e a bexiga permite o refluxo da urina para o rim. O fluxo da urina da bexiga para os rins pode causar a dilatação aumentando e diminuindo durante a gravidez.
Crianças com refluxo têm maior risco de infecção de urina e podem ser colocadas em antibióticos profiláticos após nascimento.
- Obstrução uretral (válvulas uretrais)
O local mais significativo e preocupante de obstrução detectada durante a gravidez é encontrado na uretra dos meninos. Uma válvula uretral afeta a capacidade da bexiga de esvaziar e, como consequência, leva à dilatação dos rins.
- Anomalias das duplicações renais
Na maioria dos casos, um único ureter drena o rim. No entanto, cerca de 1% dos bebês tem dois tubos coletores no mesmo rim. Obstrução do tubo superior (polo superior do rim) pode ocorrer em até 1/5000 crianças.
OS US pré-natais mostram frequentemente a dilatação apenas da parte superior do rim.
- Rim multicístico
Este é o resultado da obstrução completa do ureter. Como resultado, o rim não pode produzir urina e não se desenvolve normalmente. O rim não tem função. Felizmente, isso geralmente afeta apenas um rim.
Dado que o outro rim é normal (e compensa a ausência de outro), os bebês geralmente nascem com função renal totalmente normal.
Exames e tratamento após o nascimento:
Como o US realizado nos primeiros dias de vida do bebê pode subestimar o grau dessa condição, esse exame deve ser feito pelo menos após 48h do nascimento.
Caso a hidronefrose seja leve é recomendado um novo US renal em 4-6 semanas de vida e consulta com um urologista pediátrico.
Em contraste, caso detecte-se hidronefrose grave, deve-se realizar uma uretrocistografia miccional (UCM) nos primeiros dias de vida, avaliação de um urologista pediátrico logo após o nascimento e, possivelmente, um renograma (DTPA; MAG3) em 4-6 semanas de vida.
Possíveis intervenções futuras seriam determinadas por esses exames.
Bebês com dilatação severa do trato urinário ou outros achados, como ureter dilatado, correm maior risco de infecções do trato urinário.
Desse jeito, com base nos resultados de estudos de imagem pré-natal e pós-natal, um antibiótico de baixa dose pode ser prescrito para tentar prevenir infecções nesses pacientes com risco aumentado de infecções do trato urinário.
Crianças com bloqueio do trato urinário podem necessitar de correção cirúrgica. Em alguns bebês, a obstrução é parcial ou o grau de bloqueio é leve. Nestes bebês, os exames podem ser repetidos depois de alguns meses.
Bebês com refluxo de urina, normalmente são acompanhados e dependendo dos exames também podem necessitar de antibióticos para prevenir infecções urinárias.
Os exames são repetidos ao redor de um ano de vida caso o bebê se mantenha livre de ITUs. Um número considerável de casos (dependendo do grau, sexo etc) o refluxo de urina se resolve sozinho sem necessitar de procedimentos.
Caso haja recorrência das infecções ou lesão renal alguma correção cirúrgica pode ser necessária
Para um bebê com rim multicístico, o outro rim geralmente é normal. A menos que o rim multicístico esteja causando problemas respiratórios ou alimentares ou haja uma questão de tumor ou obstrução, não é necessário cirurgia.
Os US são geralmente realizados aos 6-12 meses. Se o rim multicístico ainda for grande, a cirurgia é geralmente recomendada.
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