Dor de cabeça: até as crianças e adolescentes têm

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A dor de cabeça é uma queixa comum em crianças e adolescentes. E ainda é um motivo importante de idas ao neurologista infantil. 

Por esse motivo, qual a importância de falarmos sobre esse tema?

Primeiramente, porque até 18 anos de idade, mais de 90% dos adolescentes terão, pelo ao menos, um episódio de dor de cabeça na vida.

A dor de cabeça recorrente é um problema também comum e muitas vezes negligenciado.  Como por exemplo:

  • Redução de qualidade de vida,
  • Perda de dias escolares;
  • Diminuição de interações sociais;
  • Problemas de saúde mental (como depressão)

Não raro, a queixa é de uma “sinusite recorrente”. Entretanto, sabemos que mais de 90% desses casos se tratam na verdade de enxaqueca. 

O problema  aparece ao longo da infância e adolescência. Aliás, existe uma variação de 4,5% entre 4 e 6 anos de idade. Também, temos aumento para 27,4% entre 16 e 18 anos.

Em crianças com menos de 12 anos, ocorre igual tanto  entre meninos quanto meninas. Sabemos também, que após os 12 anos é mais comum em meninas.

Como se apresenta a queixa de dor de cabeça nas crianças?

A crianças com 5 anos ou mais  conseguirão dizer que sentem dor de cabeça. Assim,  darão informações básicas sobre local e intensidade da dor. Além disso, também sabem informar melhor os sintomas associados. Por outro lado, os menores não conseguem se expressar de forma clara sobre a dor . Por esse motivo, importante  ficar atento ais sinais indiretos, tais como:

  • Episódios de palidez associados a vômitos;
  • Irritabilidade;
  • Choro excessivo, podendo levar as mãos à cabeça;
  • Redução de atividade;
  • Recusa a brincadeiras e isolamento.

Quais são as causas da dor de cabeça?

As causas são variadas. Por isso, importante atentar para o tipo da dor. Além disso, observar a presença de sintomas associados. Outro ponto importante,  verificar como a dor se apresenta: aguda, crônica ou recorrente. Vou explicar melhor:

Causas

As causas agudas de dor de cabeça (início em poucas horas ou dias) podem ser benignas ou preocupantes. De um modo geral, as causas benignas são as mais frequentes. Por exemplo,  causadas por manifestações de  infecções virais simples.

São dores leves a moderadas, associadas a sintomas infecciosos (febre, dor de garganta, congestão nasal, tosse, náuseas, vômitos ou diarreia). De modo geral,  não afetam a lucidez . Também, costumam melhorar com analgésicos simples. Por esse motivo, resolve logo que termina o quadro infeccioso.

Em relação às causas preocupantes, identificamos através dos sinais de alarme (falaremos mais abaixo). Entre essas causas, citamos, em casos extremos: meningite bacteriana ou viral grave, hemorragia subaracnóidea, tumores de sistema nervoso central, hipertensão intracraniana, dentre outras.

As dores de cabeça recorrentes mais comuns são as chamadas primárias. Ou seja, ligadas ao próprio sistema nervoso central. Como exemplo, temos a enxaqueca e a dor de cabeça. Também conhecida como cefaléia tensional. Aliás, a enxaqueca é uma das principais causas de dor de cabeça em crianças.

No entanto, há outras que têm causas secundárias, que podem englobar meningites crônicas, tumores de sistema nervoso central ou aumento da pressão intracraniana.

Quando devo me preocupar com a dor de cabeça?  

Em primeiro lugar, devemos nos preocupar quando houver sinais de alarme para causas secundárias urgentes. Os sinais de alerta abaixo indicam a necessidade de avaliação urgente em pronto-socorro:

  • Vômitos persistentes;
  • Sonolência excessiva. Ou também, agitação ou confusão mental;
  • Perda de equilíbrio ou força, visão embaçada ou dupla;
  • Dor muito intensa e/ou,
  • De início muito rápido, chegando à intensidade máxima em menos de 1 minuto;
  • Despertar noturno ou que ocorre predominantemente logo ao acordar;
  • Piora  em posição deitada ou com esforço;
  • Constante, mantida por dias a meses, que piora
  • Dor nova ou com mudança de padrão em pacientes com doenças associadas que são fatores de risco para patologias intracranianas *imunodeficiência, doença falciforme, antecedente de câncer, alterações conhecidas de coagulação, doença cardíaca, hidrocefalia.

Quando agendar uma consulta médica?

Existem outros sinais de alerta que indicam necessidade de avaliação médica com pediatra ou neuropediatra o quanto antes. Por exemplo, são:

  • Recorrente que mudou de característica recentemente;
  • Em região occipital (atrás da cabeça);
  • Recorrente com localização fixa de um episódio para outro;
  • Dor em crianças menores de 6 anos;
  • Piora rendimento escolar;
  • Ausência de história na família de enxaqueca.

A presença de alguns desses sinais não quer dizer necessariamente que exista uma causa preocupante! Porém, a presença de algum deles indica a necessidade de avaliação médica completa o quanto antes para decisão sobre necessidade de investigação.

Outro motivo de preocupação e necessidade de uma consulta médica é a dor de cabeça que não tem sinais de alerta, mas interfere na  qualidade de vida da criança. Ou seja, perda de dias escolares, afastamento de atividades físicas, isolamento, alterações de humor.

A enxaqueca é a causa mais frequente desse tipo de situação. Por esse motivo, a consulta médica é importante para  identificar a causa da dor. Além do diagnóstico, iniciar o tratamento corre o mais breve possível.

Toda criança com dor de cabeça precisará de uma tomografia ou ressonância de crânio?

Não. A decisão médica sobre a necessidade de exames dependerá da existência de fatores vários fatores. Tais como, tipo de dor e avaliação clínica. De um modo geral, o diagnóstico é feito apenas com uma história e um exame clínico bem feitos.  Sendo assim,  não haverá necessidade de exames complementares.

Quando suspeitar de enxaqueca?

A enxaqueca é a principal causa de dor de cabeça recorrente na criança. Caracteriza-se por:

  • Dor de cabeça bilateral ou unilateral;
  • Pulsátil;
  • Moderada a intensa;
  • Duração de 2 a 72 horas.

Uma das características é que a criança precisa parar suas atividades devido à dor. Além disso, pode precisar de repouso em local calmo e escuro. Também , pode ter  náuseas, vômitos, incômodo com luzes ou barulhos. A enxaqueca está  associada a histórico familiar.

Em 10% dos casos são precedidas pelas auras. E o que são? Auras são sensações variadas que antecedem a dor. Como por exemplo,  visuais,  sensoriais, vertiginosas, alterações de linguagem, desequilíbrio, dentre outros.

Como é o tratamento da enxaqueca?

O tratamento da enxaqueca envolve mudança de estilo de vida. Então, caprichar nas rotinas regulares de sono e alimentação. Outro ponto importante é manter hidratação adequada e atividade física.

Por esses motivos,  importante cada paciente  identifique os  fatores desencadeantes da dor. Como já dissemos, são variáveis entre as pessoas. No caso das crianças, os pais e cuidadores são fundamentais nessa observação.

Alguns fatores desencadeantes comuns são:

  • Períodos prolongados de jejum;
  • Restrição de sono;
  • Odores fortes;
  • Atividades extenuantes.

Além de evitar fatores desencadeantes, o tratamento agudo da enxaqueca consiste em:

  • Repouso,
  • Manter boa hidratação.
  • Uso de analgésicos.

Dica:

  • Fazer o diário da cefaléia. Por exemplo, você pode anotar  o tipo e intensidade da dor, duração, desencadeantes, sintomas associados e medicações usadas. Tudo isso, vai ajudar a ter melhor noção sobre a frequência da enxaqueca. Também é útil para observar resposta ao tratamento e para aprender sobre os desencadeantes.

Prevenção com medicamentos:

Em casos de dor de cabeça muito frequente, com impacto em qualidade de vida, pode-se fazer uso de tratamento preventivo com medicações de uso crônico  que devem ser prescritos pelo neurologista.

A decisão sobre esse tratamento deve ser feita de forma individualizada em consulta com seu neuropediatra.

Evite a automedicação.

 

 

Dra Mayara Sakuma

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