Ah, o autocuidado feminino: tanto se fala nesse assunto, e tão pouco o colocamos em prática. As razões para isso podem ser muitas, mas todas começam em um mesmo ponto: nós, mulheres, tendemos a priorizar a todos, menos a nós mesmas.
Engana-se quem acredita que o autocuidado é pura vaidade. Ele é, na verdade, infinitamente mais complexo: significa saúde mental e física, qualidade de vida e – por que não? – amor próprio.
Para uma mulher, cada fase da vida importa – de formas diferentes, inclusive. Neste artigo, eu quero te mostrar como viver melhor em todas elas.
Autocuidado feminino na infância
Aqui, o prefixo “auto” acompanha a palavra “cuidado” apenas para fins de entendimento sobre o assunto. Porém, a gente sabe que, na infância, as crianças dependem de nós, adultos, para aprender a viver uma vida bem vivida.
Se o autocuidado é, digamos assim, a base da nossa autoestima, então, é natural que, nesse momento, a criança deva aprender o que isso significa. Como o mundo dessa criança se resume a brincar, aprender, explorar e absorver, são esses recursos que você, como cuidador ou cuidadora, precisa utilizar.
Ao estimular uma menina a brincar com o que quiser, por exemplo, além de bonecas, você está construindo essa autoestima. Afinal, ela explora brincando o autoconhecimento, o que gosta de fazer.
Quando uma criança se expressa, nós devemos ouvir, compreender e amparar. Se rimos de seus apontamentos ou desdenhamos de suas emoções, estamos ensinando que sentir é errado e inconveniente. Ainda sobre isso, é preciso ter cuidado com a criação de rótulos para as crianças, sejam eles positivos ou negativos. Com isso, é muito provável que o seu desenvolvimento seja limitado por aquilo que esperam ou falam delas.
No futuro, teremos mulheres adultas inseguras, vulneráveis a relacionamentos tóxicos – seja no âmbito pessoal ou profissional – por terem acreditado por tantos anos que o seu bem estar não é tão importante assim.
Por outro lado, temos o ambiente social também – geralmente, a escola. Nesse caso, o estímulo autocuidado vem do hábito de checar se a criança está tendo boas relações com os colegas e professores, se tem amigos e se está aprendendo e se divertindo.
A referência materna, nesse contexto, é também fundamental. Quando uma menina cresce vendo a mãe se cuidar, irá considerar esse cuidado como algo natural e benéfico. Em suma, todos os nossos hábitos influenciam na forma como uma criança vê e interpreta o mundo ao seu redor.
Autocuidado feminino na adolescência
Eu bem sei que essa pode ser uma fase bem complexa da vida! As razões, a gente já sabe: a bomba de hormônios que nos tornamos duplica a intensidade de tudo o que sentimos.
A adolescência também é o momento onde as interações sociais ocupam nossa cabeça quase que totalmente. Em outras palavras: desgrudar os olhos dos celulares pode ser um desafio… E o autocuidado também é sobre sabermos reconhecer nossos vícios.
Portanto, nesses anos da juventude, encontrar hobbies, conversar com os amigos (na vida real!) e sair para se exercitar, por exemplo, não apenas melhoram, por si só, a autoestima, como também nos fazem bem de diferentes formas – pelo corpo físico e pela nossa mente.
Percebe como o autocuidado se desenrola na rotina como um círculo, no qual um hábito leva ao outro? Se uma adolescente dedicar mais tempo aos exercícios, vamos supor, ela também irá deixar o celular de lado por mais tempo. Além disso, por consequência, seu corpo “pedirá”, digamos assim, por mais hidratação.
A prática de esportes é uma boa pedida aqui. Mais do que contribuir para o desenvolvimento físico, ainda trabalha aspectos cognitivos e é uma válvula de escape excelente para as tensões emocionais.
No que diz respeito à relação entre pais, mães e adolescentes, é muito importante que os cuidadores estejam cientes de que, nessa fase de descoberta da própria personalidade e valores, a intensidade por parte das jovens é normal. Espaço para diálogo, controle justo da liberdade e validação de seus sentimentos é extremamente importante para que estas se tornem adultas mais saudáveis.
Autocuidado feminino na vida adulta e terceira idade
A rotina adulta da mulher é apertada. Estudos, hobbies, crianças, relacionamentos, amigos, família, trabalho: muitos fatores podem tirar o autocuidado da nossa lista de prioridades. Por consequência, negligenciamos nossa saúde física e mental e também nos desconectamos de nós mesmas.
Aqui, estabelecer uma rotina é a melhor forma de fomentar o autocuidado. E não precisa empreender, agora mesmo, uma mudança radical na sua vida: tudo bem começar aos pouquinhos, um passo de cada vez.
Fundamental mesmo, nesse momento, é criar um compromisso com você mesma. É tão fácil fazer promessas aos demais, não é? Como eu disse lá no começo desse artigo, é fácil deixar nosso próprio bem-estar de lado, porém, isso também deteriora nossa energia, saúde, bom-humor e até a nossa beleza estética.
Lembre-se que o autocuidado é amplo e não é feito apenas de questões estéticas – apesar de estas serem essenciais também. É preciso se alimentar melhor, tomar mais água, se exercitar, separar um tempo para o lazer, passar menos tempo nas redes sociais e se conectar com mais frequência com aqueles que você ama – na vida real! Dormir bem, evitar o desenvolvimento de vícios e investir em relacionamentos saudáveis também podem mudar a nossa vida para melhor.
Como eu disse, à primeira vista, todos esses aspectos podem parecer tarefas impossíveis. E é compreensível: às vezes, estamos tão desconectadas de nós mesmas que qualquer mudança parece demandar tempo demais.
Contudo, eu reforço: um pequeno esforço por dia já pode mudar a sua saúde e a sua autoestima. Logo, esses novos hábitos não serão nem sequer considerados esforços. Serão, então, apenas mais uma parte do seu dia.
Autocuidado feminino: ser saudável não é o mesmo que não ter doenças
É muito fácil acreditar que ser saudável significa não ter nenhuma patologia. Contudo, a falta de autocuidado feminino pode resultar, sim, na falta de saúde – mas não do jeito que você provavelmente está imaginando.
Sem esse autocuidado, as consequências que podem nos acometer são várias: uma mulher pode se encontrar sem energia, desanimada, triste ou incapaz de se conectar com as pessoas que ama. No âmbito físico, nossa pele e cabelos, por exemplo, podem nos sinalizar não apenas falta de cuidados estéticos, mas até de vitaminas.
O autocuidado feminino é uma jornada. Esta pode até parecer longa e difícil, mas eu te garanto: ela é uma delícia. E se você precisar de ajuda, pode contar comigo e com a Casa. Os especialistas da Casa Crescer abrangem diferentes áreas dentro da saúde e podem te ajudar a se descobrir e se conectar de volta consigo mesma em qualquer âmbito. A Casa e eu te acolhemos!